Existem várias definições para compreendermos o Deus Baal, a despeito das crenças que existem sobre essa divindade. Cada povo adotou sistemas diferentes para a sua adoração, muitas interpretações de como adorar a esse Deus foram adotadas a depender da cultura estabelecida.
No Hebraico, Baal significa Senhor ou Lorde, em poucas ocasiões o nome Baal já foi designado como referência ao próprio Deus Javé, embora a historiografia bíblica tenha eternizado o Baal dos Fenícios e Cartagineses:
Baal e as suas designações históricas
Ethbaal, com ele Baal, Jerubaal, Baal vai sustentá-lo, Aníbal, graça de Baal, Asdrúbal, ajuda de Baal. Essas ramificações do nome Baal trazem a ideia de um Deus onipresente, onisciente e onipotente, “em tudo Baal pode prover”, era esse o pensamento, semelhante ao que foi designado ao Deus Javé.
Embora a adoração de Baal adotada pelos reinos de Israel e Judá, era a do Baal-Peor, que na tradução pode significar algo relacionado com a fertilidade, pois está intrinsicamente ligado a Priápo, que na mitologia grega é filho de Afrodite e Dionísio, sua característica principal é um grande falo, sendo assim, explicada a sua ligação com a fertilidade. A esse Deus eram ofertados sacrifícios de mulheres e crianças, sempre esperando uma ação positiva desse Deus.
Sua representação estética pode ter muitas variáveis, embora a mais difundida pelo oriente foi a versão dos fenícios. Os templos destinados aos cultos eram sempre edificados em altos montes adornados de árvores, o que proporcionava um efeito de grandeza e da dificuldade de agradar a vontade de um Deus, efeito esse muito parecido aos antigos helenos que faziam adoração aos deuses e vislumbravam o Olimpo como algo inalcançável.
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Na bíblia
Baal está presente em muitas passagens bíblicas do velho testamento e em todas essas ocasiões travando uma guerra hegemônica com o Deus Javé, como podemos examinar nas escrituras sagradas nos livros:
- Números 22:41 (Os Hebreus tinha Altares a Baal)
- Juízes 6:25 (Deus manda destruir o Altar de Baal)
- 1 Reis 16:31 (Jeroboão adora Baal)
- 1 Reis 18:19 (Desafio entre Yahweh, Baal e Asteroth)
- 2 Reis 10:19-28 (Jeúarma uma cilada aos sacerdotes de Baal)
- 2 Reis 11:18 (Destruição do Templo de Baal)
- 2 Reis 17:16 (Novamente adoração a Baal)
- 2 Reis 23:05 (Referência aos adoradores de Baal, da Lua, do Sol e de outros astros.)
- Jeremias 2:8 (O profeta questiona o poder dos sacerdotes de Baal e outros deuses)
- Jeremias 7:9 (Adoração a Baal entre pecados como o furto e o assassínio)
- Jeremias 11
- Jeremias 19:05 (Sacrifícios de crianças a Baal)
- Jeremias 32:29 (Os caldeus adoraram Baal)
- Sofonias 1:4 (O profeta refere-se aos ídolos)
Rei Salomão
Também não devemos esquecer a ligação de Baal com as crenças adotadas pelo Rei Salomão, foi atribuído ao rei e filho de Davi, livros de inspirações ocultas, que descreviam a característica de cada espirito que ele evocou.
Essa literatura é denominada “ A chave Menor de Salomão” Baal é considerado a principal divindade desse panteão, seguido por uma horda de mais de 72 demônios de grandes hierarquias. Talvez a origem dessa massificação do culto a Baal tenha começado com a idolatria apregoada pelo reino de Salomão, embora, em seus últimos dias tenha se arrependido de suas práticas.
Com o passar dos anos e a expansão dos reinos da Babilônia, Medo Pérsia, Grécia e Império Romano, o culto a Baal foi esquecido no tempo, dando lugar a outros deuses do Panteão Romano, ou até mesmo a própria adoração a Diana dos Efésios.
A despeito de toda a idolatria que envolve Baal, a sua importância para historiografia bíblica tem a serventia de entender o comportamento de um povo, suas ações para adoração de um deus, e por fim, a providência divina de Javé para a libertação desse povo.