Onde cai um raio sempre surge uma pedra

Talvez você já tenha ouvido seus avós ou seus pais falar que  no local onde cai um raio sempre surge uma pedra. Eu particularmente ouvia bastante esse relato quando sai de férias para um sítio no interior aqui do meu Estado. Aquilo de certa forma me encantava e eu imaginava o formato daquela pedra. Uma pedra de raio!  Se isso era um mito ou verdade, eu naquela época não questionava, pois eu preferia acreditar que era verdade. Acontece que era mesmo verdade e, por isso, escrevi essa matéria com base em artigos de pesquisadores do nosso país.

Como se forma a Pedra de Raio ou Pedra Corisco

Segundo Pércio de Moraes Branco, dá-se o nome de fulgurito (popularmente pedra-de-corisco ou pedra-de-raio) o material formado pela fusão de minerais ou rochas pela ação de um raio.

E como isso acontece? Ao atingir o chão, a altíssima temperatura da descarga elétrica funde o material que encontra e pode, nesse processo, formar uma nova substancia mineral. É um processo natural e inorgânico, que produz uma substancia sólida, homogênea e de composição química definida.
pedra-de-raio-na_terra

Quando o raio cai sobre a areia e esta é – como a imensa maioria das areias – formada de quartzo, surge um mineral chamado lechatelierita. É uma substância fácil de identificar porque ocorre na forma de tubos alongados, com poucos centímetros de diâmetro e algumas dezenas de centímetros de comprimento, de cor clara, rugosos e foscos por fora, mas lisos e brilhantes internamente. Alguns fulguritos chegam a atingir 20 m de comprimento e diâmetro de 6,2 cm, mas o usual é se encontrar peça menores mesmo porque ela se quebra facilmente. A espessura da parede costuma ter 1 a 5 mm.

pedra-de-raio-corisco
No Rio Grande do Sul, há um local particularmente rico em fulguritos desse tipo. Fica em São José do Norte, no litoral sul do Estado. Ali, a queda de raios nas dunas é tão frequente que facilmente se encontram pedaços de lechatelierita com 10 cm de comprimento em média O Geól. Lauro Calliari, professor da FURG (Fundação Universidade de Rio Grande), diz que, dependendo da direção do vento, fica mais fácil ainda a coleta de amostras.

lechatelierita

 

Superstições e lendas que existem sobre raios

Como eu narrei no início dessa matéria, muitos de nós ouvíamos relatos sobre os raios. Na verdade esse fenômeno da natureza é bastante intrigante e ocorre praticamente em todo o planeta. Não é de se estranhar o motivo de tantas lendas e superstições a respeito desse tema.  Veremos aqui algumas:

  • Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar.
    Isto não é verdade. As estruturas elevadas, por exemplo, são atingidas várias vezes por raios.
  • É perigoso segurar objetos metálicos durante as tempestades.
    Sim e não. Segurar objetos pequenos, como uma tesoura ou alicate, não provoca risco. Entretanto, carregar um objeto metálico, ou até mesmo um ancinho ou outra ferramenta metálica em um local descampado pode oferecer riscos.
  • Devemos cobrir os espelhos durante as tempestades, pois eles atraem os raios.
    Essa recomendação minha avó fazia sempre e era levada à risca em casa. Mas não, isto não é verdade. Até hoje não foi demonstrada nenhuma relação entre os espelhos e os raios.

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  • Andar com uma “pedra do raio” no bolso evita raios.
    Quando um raio atinge o solo, sua corrente aquece o solo e se for muito intensa poder ocorrer a fusão de pequenas pedras, formando as pedras de raio, corisco, fulguritos conforme foi falado anteriormente. Dizem que carregar uma destas pedras dá sorte e evita os raios. Evitar raios a pedra não evita, mas dar sorte, talvez sim!

Então amigos, se você gostou dessa matéria não esqueça de recomendar para os seu amigos, parentes e conhecidos.

Fontes consultadas:

http://www.cprm.gov.br/publique/CPRM-Divulga/Minerais-de-Origem-Pouco-Comum-3531.html

http://www.forp.usp.br/restauradora/pg/metrologia/metrologia_eletric/curiosidades.html